Evoluções
Tecnológicas ocorrem durante toda a existência do homem, sendo impulsionadas
pela necessidade — e também pelo instinto humano de desenvolver-se. Há também a
evolução que ocorre espontaneamente, mas é somente observada quanto à
descoberta do fogo. Nesse caso, fala-se em descoberta, e não em
desenvolvimento, criação, construção, etc. Entretanto, esta descoberta pode ser
considerada como tecnologia, pois foi uma simplificação do modo de vida do ser
humano e amplificação de sua atuação no planeta, que abrangeu em grandiosa
amplitude, permitindo um avanço geral, e não só focalizado em uma única
situação.
À questão da
necessidade, pode-se dizer que impulsionou cada vez mais a criação de
tecnologia, pois o homem sempre precisou estar evoluindo e adaptando-se ao
mundo. Essa questão está relacionada aos determinados períodos históricos, e
tendo diferentes intensidades de evolução em cada um. Dessa forma, é na
atualidade que a necessidade impõe uma maior evolução tecnológica, de maneira
alguma alcançada antes desse período contemporâneo. Esses fatores explicam como
a evolução tecnológica ocorreu, sendo, basicamente, iniciado por instrumentos
rudimentares de caça (em tempos dos hominídeos), passando a desenvolver-se mais
em tempos modernos, e chegando ao intenso grau de evolução atual.
Pode-se afirmar,
então, que a tecnologia tem a tendência de aumentar a intensidade de sua
evolução, cada vez em um compasso maior, bem como o homem quanto à sua
necessidade de obter mais tecnologia para a sua adaptação às mudanças globais —
estas causadas pela própria evolução da tecnologia que implica ao homem uma
dependência gradativa por ela
A Revolução Industrial é a
característica marcante desse período contemporâneo. Ela teve início, porém,
nos tempos modernos, mas foi principalmente a partir desta época que se
difundiu. A Revolução Industrial divide-se da seguinte maneira:
· 1ª Revolução Industrial: de 1760 a
1850, praticamente restrita à Inglaterra. Os principais aperfeiçoamentos foram
no ramo de tecelagem, tendo também a introdução da força a vapor.
·
2ª Revolução Industrial: de 1850 a
1900, com difusão pela Europa (Bélgica, França, Alemanha, Itália e, no
final do século, Rússia), América (Estados Unidos) e Ásia (Japão — a partir de
1868). Agora, surgem novas formas de energia elétrica — como a hidrelétrica —,
novos derivados do petróleo — como a gasolina, sendo utilizada posteriormente
pelos motores a explosão. Houve também grande desenvolvimento do transporte
marítimo e terrestre — como, respectivamente, barcos e locomotivas a vapor.
· 3ª Revolução Industrial: de 1900 até
os tempos atuais com a sua expansão pelo mundo inteiro. Compreende o aperfeiçoamento
dos inventos, tendo principalmente a explosão do processo evolutivo. Assim,
apresenta novas técnicas industriais e energéticas, e expansão dos meios de
comunicação.
As tecnologias e a Velocidade da
História
Há momentos em que a história corre mais
depressa. Estamos em um deles. As mudanças tecnológicas têm sido meteóricas. Na
década de 70, uma inovação industrial durava, em média, dois anos. Na década de
80 passou a durar apenas um ano. Depois disso tornava-se obsoleta ou era
apropriada por grande parte dos concorrentes. Na década de 90, a duração passou
para apenas seis meses.
Não é a primeira vez que a história corre mais
depressa. James Watt, em 1780, ao inventar um motor a vapor deu um enorme
impulso nas indústrias têxteis e metalúrgicas e acelerou sobremaneira a
Revolução Industrial. Michael Faraday, em 1832, ao inventar o motor elétrico,
proporcionou uma fantástica arrancada na automação da produção industrial.
Samuel Morse ao inventar o telégrafo em 1838 fez a transmissão das informações
saltar da velocidade de um cavalo ou de um navio para a velocidade da luz.
Incorporado nas estradas de ferro, o telegrafo deu ao transporte ferroviário um
grande impulso, permitindo a interiorização das indústrias. Nesses três
exemplos, a velocidade da história disparou.
As tecnologias mudam os contextos
produtivos, transformam os mercados de bens e serviços e provocam mudanças
sociais e institucionais de profundidade. As mudanças atingem as áreas social e
política. Há pouco mais de quinze anos a cortina de ferro estava em pé. O Japão
fazia inveja ao resto do mundo com altas taxas de crescimento econômico. Nelson
Mandela era tratado como um prisioneiro de guerra. Fernando Henrique Cardoso
era socialista. Luiz Inácio Lula da Silva combatia o Fundo Monetário
Internacional. Em pouco tempo, a cortina caiu. O Japão entrou em recessão
crônica. Nelson Mandela transformou-se em um ícone da democracia. Fernando
Henrique saiu do governo como neoliberal. E Lula aderiu à ortodoxia do monetarismo.
Ou seja, nos dias de hoje, a história
corre depressa por força de mudanças tecnológicas que revolucionam os processos
produtivos e provocam mudanças sociais.
Tecnologias e Novas Oportunidades
As novas tecnologias permitiram criar
uma imensidão de novos produtos e processos que, quando absorvidos pelos
consumidores, geraram uma grande quantidade de postos de trabalho. Observem a
quantidade de empregos que surgiu em torno do telefone celular, do automóvel,
da televisão, do videocassete, do CD player, do DVD, do tênis, da calça jeans,
etc. Trata-se de inovações que foram bem recebidas pelos consumidores e que
geraram muitos postos de trabalho - diretos e indiretos.
Vários outros efeitos positivos podem
ser relatados tanto para os trabalhadores como para os consumidores. Por
exemplo, os avanços da biotecnologia, das técnicas de embalagem, da preparação
de alimentos, da refrigeração e de transporte têm permitido aos seres humanos
contar com uma alimentação fresca e barata todos os dias. No campo da saúde, os
avanços da ciência da tecnologia têm prevenido doenças que há pouco tempo não
eram sequer diagnosticadas. A vida média foi alongada e isso instigou a
ativação de outras atividades como, por exemplo, a produção de bens e serviços
voltados para os idosos o que, por sua vez, gerou muitos empregos.
A incorporação de tecnologia nos bens
de consumo tem provocado drásticas reduções de custos e de preços o que
facilita o acesso das pessoas a esses bens. Até mesmo os países mais pobres têm
ampliado o seu acesso a alimentos, medicamentos, vestuário e outros bens para
atender as necessidades dos grupos de baixa renda.
Tecnologias, Educação e Trabalho
A educação continuada tem um
importante papel no processo de ajuste. As máquinas têm se tornado muito
baratas e bastante inteligentes. Para acompanhar a sua evolução e tirar o
máximo rendimento das novas tecnologias, não basta ser adestrado. É preciso ser
educado. A educação de boa qualidade passou a ser uma condição básica para se
ajustar os trabalhadores aos novos ambientes de trabalho e às novas
tecnologias.
As tecnologias, de um modo geral,
demandam profissionais mais qualificados (Freyssenet, 1990). Para os que não se
ajustam imediatamente a elas, o retreinamento é necessário e, ao mesmo tempo,
difícil quando a educação básica é precária. Em muitos casos, as empresas são
levadas a despedir trabalhadores que se tornam inempregáveis em face de novas
tecnologias e são levados a contratar outros de nível educacional mais alto.
Para os trabalhadores, não há nada mais dramático do que a obsolescência
humana.
No Brasil, a má qualidade da educação
básica tem sido o calcanhar-de-aquiles para o convívio com as novas
tecnologias. O novo mundo da produção, baseado em tecnologias que mudam a cada
dia, requer das sociedades um sistema de educação permanente. Pesquisa
realizada em vários países da União Européia indica que para 80% dos
trabalhadores, as novas tecnologias elevaram a demanda por qualificação
(Burchell e outros, 2003). E, neste caso, estamos falando de uma força de trabalho
que já possui um alto nível de educação e qualificação profissional.
Essa exigência por mais qualificação
vai perseguir o trabalhador do futuro de modo crescente. Para conviver na
sociedade do conhecimento, ele terá de saber "o quê", "por
que", "como" e "quem". Saber "o que"
significa possuir as informações básicas. Saber o "por que" implica
no conhecimento dos princípios e processos. Saber o "como" significa
estar apto para realizar determinadas tarefas que mudam a cada instante. Saber
"quem" é uma alusão à capacidade de pesquisar junto às fontes que
sabem o que ele não sabe (Bengtsoon, 2002).
Os sistemas atuais de educação foram
construídos há mais de 100 anos e se restringem basicamente a ensinar o que. A
maioria da força de trabalho do Brasil não domina os princípios que estão por
trás de suas tarefas e raramente conseguem se informar com quem os domina.
As sociedades do conhecimento terão de
criar sistemas de financiamento de sistemas de educação que cumpram essas
quatro tarefas e que garantam a aprendizagem durante toda a vida das pessoas. É
um desafio enorme, mas que vem sendo superado pelas nações mais avançadas que
atrelam os sistemas educacionais a parcerias eficientes entre o público, o
privado e o voluntário. Mesmo no Brasil, as agências de formação profissional,
como SENAI e SENAC, as escolas técnicas e muitas universidades vêm se
esforçando para entregar no mercado de trabalho ex-alunos mais qualificados. As
cidades onde se localizam os centros de pesquisa e de formação profissional
tendem a elevar o nível de educação e de remuneração da população em geral. O
IPEA identificou cerca de 250 municípios que estão nessas condições. Nelas, a
proporção de pessoas com nível universitário é mais de três vezes da proporção
encontrada nos demais 5 mil municípios do país. O mesmo acontece com a renda
média (De Negri, 2004).
O desenvolvimento da capacidade para
viver nesse novo mundo é a única forma dos trabalhadores poderem usufruir
salários e benefícios mais altos. Esse novo mundo exige uma recomposição das
habilidades de trabalho.
Conclusão
Em suma, a entrada de novas
tecnologias nos ambientes de trabalho transforma o modelo organizacional das
empresas, reduz os escalões intermediários, provoca mudanças na composição da
mão-de-obra, eleva a necessidade por maior qualificação, eleva a produtividade
das empresas e dos trabalhadores e, em contrapartida, exige um maior empenho e
comprometimento das pessoas para com as empresas o que, por sua vez, demanda a
introdução de novos métodos de incentivo. Ou seja, as transformações
decorrentes das mudanças tecnológicas têm um largo desdobramento. Para o
legislador, tornou-se impossível criar proteções legisladas que cubram todas as
situações e os problemas decorrentes dessas mudanças. Cada vez mais, as
disfunções trazidas pelas novas tecnologias são resolvidas através de esforços
de negociação nos quais a cooperação toma lugar da confrontação, pois jamais as
empresas e os trabalhadores conseguirão vencer a guerra da competição externa
se não superarem os desentendimentos internos.
Agora deixe seu comentário sobre o texto e tragam para a sala de aula uma pesquisa sobre uma das três Revoluções Industriais citadas no texto, escolham um dos períodos e tragam o máximo de informações possíveis para a sala.
TRABALHO EM GRUPO DE 4 ALUNOS CADA. PARA O DIA 06/05/2014